sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"Remover o pó e o cansaço"

Sociedade: Católicos devem ser «minoria criativa»

Igreja precisa de «remover o pó e o cansaço», afirmou o padre espanhol Pié-Ninot, que participa na ação de formação do clero de Setúbal


Almada, Setúbal, 26 jan 2012 (Ecclesia) – A Igreja deve ser uma “minoria criativa” atenta à sociedade, pronta a renovar a linguagem e disposta a recusar o cansaço, considera o padre e teólogo espanhol Salvador Pié-Ninot.
“O tema da linguagem” e da sua retradução para as “categorias de hoje” ainda não está solucionado, sendo uma das “grandes tarefas pendentes” para os católicos, afirmou à ECCLESIA o especialista em modelos de Igreja (eclesiologia), orador nas jornadas de formação do clero da Diocese de Setúbal, que terminam hoje.

O sacerdote sublinhou que o Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização, o início do Ano da Fé e a comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, que se assinalam em outubro, podem ajudar a encontrar o “centro” da Igreja e “constituem uma forma de remover o pó e o cansaço”.

“É preciso um grande esforço porque há algum cansaço em certos setores da Igreja, sobretudo ocidentais e europeus”, observou o docente universitário, acrescentando que a ação divina “confia” que os fiéis “metam mãos à obra”.

A Igreja deve “estar no meio” da sociedade mas “sem perder a força” das suas convicções, pelo que os católicos não devem fechar-se nem perder a sua capacidade profética, acentuou o docente universitário.

No interior da “secularização” surgem “germens de transcendência” através de “pequenas comunidades” de reflexão bíblica, referiu o especialista, que vincou a necessidade de insistir no anúncio “claro e explícito” de Cristo enquanto “novidade” de sempre.

Os sacerdotes, por seu lado, são chamados a destacar a dimensão do testemunho ao não terem “vergonha de estar com as pessoas, preocupando-se com as coisas pequenas e grandes”, ao mesmo tempo que evidenciam a vertente profética, sem “medo de expressar os valores do Evangelho”.

O bispo de Setúbal, D. Gilberto Reis, presente no encontro que se realiza no Seminário de Almada, junto a Lisboa, notou que o padre de hoje deve ser “contemplativo, apaixonado pelos seus irmãos e empenhado em os compreender e ajudar”.

O II Concílio do Vaticano (1962-1965) continua a ser “um ponto de referência” para a Igreja, realçou o padre Pié-Ninot, que durante a ação formativa abordou dois dos mais importantes documentos conciliares, ‘Lumen gentium’, sobre a Igreja, e ‘Gaudium et spes’, acerca da relação dos católicos com o mundo.

As orientações sobre como a Igreja “pode falar do que acontece no mundo” e a relevância da “dimensão espiritual”, que “nunca se pode perder” especialmente num mundo “muito positivista”, constituem para o sacerdote de Barcelona os aspetos mais pertinentes da assembleia conciliar.

Na história da Igreja “verifica-se que todos os concílios tardaram muitos anos a dar frutos”, disse o especialista, perspetiva partilhada pelo bispo de Setúbal em relação ao Vaticano II: “É um tesouro tão grande, que por mais que o olhemos e entremos dentro dele, mais ficamos encantados e fascinados pela sua atualidade e riqueza”.

O padre Pié-Ninot referiu-se também à nova evangelização, conceito que na Europa implica duas obrigações: voltar a anunciar a mensagem cristã e fazê-lo através de configurações nunca experimentadas.

“Somos evangelizados velhos, necessitamo-la de novo”, mas também são precisas “novas formas para fazer Cristo presente e vivo hoje”, assinalou.
PTE/RJM


Fonte : http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=89286

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Caminhar em Procissão


Sempre gosto de olhar bem as procissões que estão presentes nas celebrações, e adorei ler sobre elas. Já visitaram o blog http://catequesechamadodedeus.blogspot.com/ 
ainda não então visitem esta cheio de boas noticias.

O caminhar em diversos momentos da celebração eucarística significa que os cristãos e toda a humanidade, como novo povo de Deus, dirige-se ( sobe ) á Jerusalém celeste. Deve ser feito sempre com dignidade, seja na procissão de abertura ou no inicio da Liturgia da Palavra, quando entra a Sagrada Bíblia ou o Lecionário ( Livro da Palavra ); um andar compenetrado ao se aproximar ou se afastar do altar, nas procissões de apresentação dos dons e da comunhão eucarística.

É um caminhar lento, ordenado, acompanhado do canto. O autêntico caminhar é nobre, livre e, não obstante, cheio de uma bela disciplina; ligeiro e forte, descontraído e firme, pausado e carregado de força conquistadora. E como é belo caminhar assim quando se faz piedosamente! Pode se tornar um autêntico ato de culto a Deus, pois sempre se é peregrino, sempre caminheiro em Cristo rumo ao Reino definitivo.

É claro que existem modos e modos de andar. Na Liturgia, não é só o de um simples vaivém. Os movimentos do presidente e da comunidade serão significativos, respeitosos, compostos e jamais bruscos. 

Nada de agitação e correria. Cada cristão é  um peregrino que se aproxima humildemente das fontes da salvação. Não se está na rua passeando a esmo, pois no espaço sagrado o cristão sabe que caminha na presença de Deus e junto dos irmãos e irmãs.
Na realidade, as belas procissões devem lembrar a caminhada que, junto dos irmãos e irmãs, empreendemos rumo á Terra de Promissão. É a marcha decidida e corajosa da Igreja, assembleia visível e invisível que ousa desafiar o que não presta nas profundezas do mundo injusto.

Fonte: Catequese Litúrgica - A missa explicada
PE. Guilhermo Micheletti